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Poet.arte...leitura digital

 

Estamos a terminar a nossa viagem desde a poesia até à arte plástica, pois poesia é arte!

 

Arte de imaginar, arte de dizer, arte se sugerir, de pintar com palavras, de cantar...

 

 

 

 

 

A turma 4º B, com a professora Sónia Charraz, embarcaram nesta aventura connosco e para terminarmos fica aqui o último desafio!

 

 

 

 

 

 

O Cavalo e a Estrela

 

 

Esta história muito antiga

 

 

Contou-ma foi minha mãe:

 

 

Quem conta um conto acrescenta um ponto

 

 

E eu acrescento-o também.

 

 

 

 

Era uma vez um pastor

 

 

No abrigo de uma serra,

 

 

Chamada Serra da Estrela

 

 

Quase no cabo da terra.

 

 

 

 

No Inverno a neve branca

 

 

O chão da serra cobria

 

 

E naquela solidão

 

 

O pastor assim vivia.

 

 

 

 

 

As ovelhas em seu redor

 

 

Faziam uma roda mansa:

 

 

Eram mantas de ternura

 

 

Numa roda que não cansa.

 

 

 

 

 

Para as ovelhas guardar

 

 

- Que os lobos matam rebanhos!

 

 

O pastor tinha um cão

 

 

De meigos olhos castanhos.

 

 

  

 

Havia silêncio na serra,

 

 

Tudo na serra dormia,

 

 

Quando apareceu um cavalo

 

 

A correr na noite fria.

 

 

 

 

 

Caía o luar na serra

 

 

Tudo na serra luzia,

 

 

Quando apareceu o cavalo

 

 

A correr na serra fria.

 

 

 

 

Foi acordado o pastor,

 

 

Ladrou o seu cão fiel,

 

 

E ali parou o cavalo,

 

 

Castanho da cor do mel.

 

 

 

 

Caía o luar na serra

 

 

E o cavalo ali parado:

 

 

Não era um lobo feroz,

 

 

Não era um lobo esfaimado.

 

 

 

 

Caiu uma estrela ardente

 

 

Na sua cabeça tão fina:

 

 

Eram os olhos mais azuis

 

 

Como a água de uma mina.

 

 

 

 

 

Brilhava de mansidão

 

 

O seu olhar sem sossego

 

 

E à lembrança do pastor

 

 

Vem a água do Mondego.

 

 

 

 

 

 

Começa o filho a falar:

 

 

- Sou filho da Primavera

 

 

E eu vim anunciar

 

 

Que ela está na serra à espera.

 

 

 

 

 

Esta estrela, sobre a testa,

 

 

Queima meu corpo de mel,

 

 

Cega meus olhos azuis

 

 

Numa fogueira cruel.

 

 

 

 

 

Adeus pastor, meu amigo,

 

 

Fica com o teu cão, teu gato,

 

 

Já pode sair do abrigo,

 

 

Eu já te dei o recado.

 

 

 

 

O pastor tinha uma flauta

 

 

Onde seu sonhar dormia

 

 

E tocou-a de madrugada

 

 

Com cristais de neve fria.

 

 

 

 

E o cavalo correu, voou,

 

 

Ganhou asas a arder:

 

 

O cavalo cor de mel

 

 

Era a manhã a nascer.

 

 

 

 

 

Esta história muito antiga

 

 

Contou-ma foi minha mãe:

 

 

Quem conta um conto acrescenta um ponto

 

 

E eu acrescento-o também.

 

 

 

 

Matilde Rosa Araújo, Mistérios

 

 

 

 

 

 

Agora que já leste o último poema, responde ao questionário e testa a tua leitura! Boa sorte!

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